segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O direito de morrer

Eutanásia
Eluana Englaro, 37 anos, a italiana que vive em estado vegetativo hã 17 anos, entrou neste domingo, no segundo dia consecutivo do protocolo de eutanásia autorizado pela Justiça italiana. Ela teve a alimentação e hidratação suspensas. A estimativa dos médicos é que Eluana leve de dez a 20 dias para morrer de fome e sede. Segundo a agência italiana de notícias Ansa, nos próximos dias, Eluana deverá receber apenas os medicamentos anti-convulsivos e sedativos.

No Senado
Enquanto Eluana não morre, o conservador primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, luta para evitar a conclusão do procedimento. Nesta segunda-feira (9), entra na pauta do Senado um projeto de lei proposto por Berlusconi que pretende proibir que qualquer paciente tenha a alimentação e a hidratação retiradas --o que impediria a eutanásia de Eluana. O primeiro-ministro espera ver o projeto aprovado em "dois a três dias".


Foto da família de Eluana, antes do acidente

Causas
Eluana sofreu um acidente de carro em 1992 que a deixou em estado vegetativo. Há quase uma década, os familiares decidiram pleitear na Justiça uma autorização para deixar a moça morrer sob alegação de que essa seria a vontade dela.

Lei
Na Itália, pacientes têm o direito de recusar tratamento, mas não existe uma lei que lhes permita dar orientações sobre qual tratamento gostariam de receber no caso de um dia ficarem inconscientes. Foi graças a essa brecha que, em 9 de julho de 2008, a Corte de Recursos de Milão aceitou o pedido pela morte de Eluana. Três meses depois, a Corte Constitucional confirmou aquela sentença, esgotando a possibilidade de recursos.

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