Minha mãe tem 63 anos e como a maioria dos que estão em sua faixa etária carrega uma lista de medicamentos de uso contínuo. Servidora municipal aposentada, pode contar com o plano de saúde da Caapsmel, descontado mensalmente de sua aposentadoria. Os remédios devem ser retirados na unidade básica de saúde do bairro. Como a UBS de costume está em reformas, este mês ela foi encaminhada para outra próxima. Fui com ela. Enquanto aguardávamos o atendimento, sentada no chão junto à porta do posto, senti um pouquinho do drama da maioria dos que não tem para onde correr quando a doença ou a necessidade de uma consulta ou medicamento bate à porta. Há uma 20 pessoas sentadas e a mesma quantidade em pé a espera. O atendimento médico só começa às 9 horas da manhã, mas conversando com algumas mulheres descubro que algumas delas chegaram ao posto às seis e meia da manhã para conseguir uma vaga com o ginecologista, sem sucesso. Esperam até às 10 para ver se ocorre alguma desistência e voltam para casa sem atendimento. Outra mulher, nos últimos dias de gestação com o filho pequeno no colo, busca atendimento para ela e um esclarecimento para a receita passada pelo médico na noite anterior para o seu garotinho. A prescrição só o nome do remédio. Nada de dosagem nem intervalo para ministrar o remédio. Pouco caso? Descaso mesmo...E tem mais - faltam medicamentos de uso contínuo para controle de pressão e problemas cardíacos. Uma das atendentes avisa logo para abreviar a espera de quem veio atrás deles...
Nenhum comentário:
Postar um comentário