quarta-feira, 28 de maio de 2008

Trocadilhos infames

Sobre o julgamento de Bonilha, marcado para este sábado: a Câmara vai fazer picadinho da vida política do ex-vereador açougueiro

Sobre o gol de empate do Fluminense no jogo contra o Boca Juniors: Vamo, Flu! Mostra que você tem cu para ganhar desse Boca (...)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Na telinha

Nosso noticiário - o Jornal do Meio Dia ( que vai ao ar ao meio dia e meia) na CNT Londrina estreou há uma semana, mas uma amiga comentou comigo que ainda não teve a chance de me ver na telinha. Passei um descritivo: sou uma repórter que enche o vídeo. Poderosa, disse ela. Não, gordinha mesmo - respondi.

Sobre batatas e laranjas

Amo o que faço. E depois de quase 25 anos de profissão não teria sentido para mim fazer outra coisa senão jornalismo. Agora, de volta às ruas, tenho a chance de vivenciar in loco o que antes o ofício burocrático da edição na redação, me impedia. Com tantos escândalos na Câmara, o local se tornou um prato cheio para nós jornalistas. Especialmente quando se fala em propinas, fraudes, "laranjas e batatas podres". Parece a hora da xepa, mas entre chorume e chorumelas, espera-se que toda "batata" seja condenada. Será?

domingo, 25 de maio de 2008

Encontro marcado


Foi um final de semana em que a morte andou me assombrando. Telefone toca na manhã de domingo. Minha mãe atende e depois de uns minutos chega assustada na cozinha dizendo que o seo Joaquim, amigo da família, havia falecido. Mais tarde, saberíamos que foi uma fatalidade. Inquieto, com seus sessenta e poucos anos, decidiu subir no muro da casa para verificar um vazamento no telhado. Caiu. Socorrido pelo Siate, foi conversando para o hospital mas o quadro se agravou de tal forma que a morte o levou em duas horas. Era uma pessoa de coração enorme. Correto, honesto, trabalhador. Deixou viúva, Rosa - uma arretada filha de espanhol, companheira de todas as horas - dois filhos e netos. Amou e foi amado. Eu agradeço a Deus por tê-lo colocado na vida da minha família - quando éramos só minha mãe e eu. Que Deus o tenha...

O menino e a morte

Gosto de andar de ônibus pela cidade. Amigos costumam dizer que tenho complexo de pobreza. Mas não é isso. Embora a qualidade do serviço quase sempre deixe a desejar, o que me impulsiona é a possibilidade de encontrar personagens únicos de histórias diversas de alegria, dor, indignação, equívocos.
Manhã de sábado. Embarco no ônibus na zona norte para um trajeto de dez minutos até o centro da cidade. O coletivo não está lotado, mas todos os assentos estão ocupados. No fundo, gentilmente a jovem mãe põe o filho pequeno ao colo para que eu possa me sentar. O garotinho deve ter no máximo uns cinco anos de idade. Mãe e filho conversam enquanto o ônibus segue. Compartilho o banco e tento não prestar atenção no diálogo, mas aos poucos, aguço os ouvidos. É inevitável.
- Mãe, tô com saudade do meu pai, diz o garoto.
- Tudo bem, filho. Quando a gente voltar você pega a foto dele. Eu já disse pra você quando sentir saudade do papai é só pegar a foto dele, responde a mãe, delicadamente. E tenta mudar de assunto.
- Vamos na loja da tia Kel, comprar uma calça para a mamãe. Estou precisando de uma calça nova, né?
O garoto insiste:
- Mãe, eu queria tanto ir ver o meu pai....
- Mas é longe, filho. A gente tem que andar bastante. E a mamãe mandou o carro pra arrumar...
Nessas alturas, pensava comigo mesma: "deve estar preso. E o Centro de Detenção e Casa de Custódia ficam mesmo longe e fora de mão..."
Novo silêncio, breve, seguido por nova tentativa da mãe:
- Vamos comprar coisas para seu aniversário hoje, o que você acha?
- Já é meu aniversário? pergunta o garoto
-Não, passa esta semana, a outra e é só na outra, mas a gente pode comprar bexigas, lembracinhas...O que você acha?
- Hum, hum...concorda o menino com a cabeça. Olhando pela janela, ele volta a carga.
- Mãe, meu pai não vai voltar né....
- Não filho. Agora ele está com o papai do céu. Lembra que eu te disse que quem vai morar com o papai do céu não volta mais...Eu já expliquei pra você...
- Mas eu queria tanto que ele "voltava"...
- Mas eu já expliquei pra você...
Silêncio de novo. O coração aperta e não resisto. Coisa mais feia é compartilhar da conversa alheia depois de se fazer de surda mas me viro para a mãe e pergunto:
- O que aconteceu com o teu marido?...
-Ele parou de moto no sinaleiro e o caminhão pegou ele...., conta enquanto o pequeno olha pela janela. Ela vê minha expressão de espanto com a tragédia e completa. - Faz tempo já. Aquele ali (outro garotinho de uns dois anos que dormia no colo da avó no banco do lado) era pequenininho ainda. Mas este aqui, como era maiorzinho, fala sempre do pai...
- Eu nunca vou esquecer meu pai, nem você né mãe....
- É filho....
O coletivo pára na plataforma do Terminal Urbano e eu me levanto rapidamente para desembarcar. Grudo nos braços de minha filha com os olhos úmidos, comovida com a fugacidade da vida e a precocidade do sentimento de perda e saudade. Suspiro fundo. E sigo.

sábado, 24 de maio de 2008

O começo

Ufa! Consegui enfim iniciar o blog. Resta saber se o fôlego da novidade irá resistir por muito tempo.