quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Iremar

Tive contato por um breve período de minha vida profissional com Iremar Lopes, radialista que no início deste ano assumiu a direção comercial da TV Tropical/CNT Londrina. Era um defensor do jornalismo e um dos maiores incentivadores do projeto de telejornalismo tocado inicialmente por Paulo Martins. Pessoa alegre, disposta, batalhadora, de muitos amigos. Claro que tinha seus defeitos e pecados, porque ninguém é santo, mas era boa gente. Por isso é com pesar que vimos sua trajetória interrompida tão bruscamente. Trabalhava na realização do debate dos prefeituráveis de Londrina no primeiro turno das eleições, no domingo, 21 de setembro, quando ao voltar para casa, passou mal ao parar num posto de combustível. Vítima de AVC ficou um mês internado em coma, até que a morte venceu a batalha e o levou na segunda, dia 20. Deixou um filho adolescente, um bebê de apenas quatro meses e com certeza, muitas saudades....

domingo, 19 de outubro de 2008

Por Eloá

Início da tarde de segunda-feira. Dia quente, de correria para pagar contas e resolver outros compromissos. Sempre foi comum em meus devaneios de rotina imaginar que na imensidão dessa ciranda, no mesmo breve instante em que sorrio e celebro a vida, neste mundo vasto mundo há pessoas nascendo, morrendo, chorando, sofrendo, atormentadas, atormentando...Na grande maioria das vezes, personagens desconhecidos que só deixam o anonimato quando se tornam protagonistas de dramas intensos e tristes como o do seqüestro em Santo André, que domina o noticiário nacional deste segunda-feira passada e teve um final trágico na sexta-feira.
No ofício de jornalista já vi muitas vezes o egoísmo e ódio mascarados de amor tresloucado vitimarem mulheres, fisicamente o lado mais frágil da relação. Na crueza do trabalho jornalístico, não raras vezes vi colegas se emocionarem até às lágrimas. Mas o que me deixa mais assustada é saber que essa loucura passional é comum e freqüente. Já soube de amigas de minha filha que apanharam – e ainda apanham - de namorados. Outras são ameaçadas por ex-namorados e vivem sob o domínio do medo, sem confidenciar nada aos pais. Só depois da tragédia consumada é que iremos saber que ela esteve tão perto de nós.
Eloá, Lindemberg e Nayara são os personagens desta história de (des) amor. Eloá era só uma menina, como tantas e tantas com quem cruzo no dia a dia, uniformizadas, indo para o colégio. Como mãe e avó é impossível não sentir um pouco da violência que a mãe desta menina está sentindo. É uma dor inimaginável, íntima e pessoal. Mas certamente, milhões de mulheres – mães e meninas – compartilham dela. Sinto dentro de mim tristeza e um gosto de fel.